A Dispersão do Voto, A Orientação de Voto e a Democracia no BD

É notória a quantidade de interesse que desperta nos Angolanos a vida política do Bloco Democrático.

Primeiramente foi a questão da candidatura do Bloco Democrático às eleições deste ano de 2012. Depois foi a questão da orientação do voto que o Bloco Democrático lançou a público após intenso debate interno e democrático. Sim, por que somos um partido com democracia interna.

Sentimos que continua a haver uma serie de maus entendidos no seio de pessoas que genuinamente querem perceber o trabalho do Bloco Democrático. Falamos de pessoas que genuinamente querem perceber pois sabemos que existem uns tantos outros que aberta ou disfarçadamente se estão apenas a dedicar a procurar destruir o trabalho ou a reputação do Bloco Democrático.

Há o erro de que o BD é ingénuo, há um outro erro que diz que o BD não sabe o que está a fazer, um outro ainda é de que o BD não está a fazer o suficiente, um outro erro é pensar-se que ao se falar em "oposição credível" esta-se a atrapalhar. Tudo equívocos. De facto, a técnica do BD tem sempre provado ao longo dos anos que é o partido que causa danos nos planos do regime. Temos como prova o facto do BD ser constantemente um alvo a abater.

Todos os equivocos que têm aparecido no seio da opoinião nacional são uns provocados (por vontades claras de destruir o BD) e outros nascidos de um mau acompanhamento da realidade política do país. Há também o fervor da época eleitoral que turva ou faz tender as opiniões sem uma profunda análise.

PARTE I


Eis portanto alguns aspectos extra para análise daqueles que querem genuinamente perceber mais e melhor o trabalho do Bloco Democrático.

Vão como modéstia mais umas dicas sobre o assunto:

Sei que estamos em tempo de fervor partidário e de campanha e, nestas circunstancias, facilmente a clareza das ideias é substituída pela capacidade de sedução. Vamos por partes.

1. Cada partido tem os seus estatutos e é bom os seus dirigentes (que no caso do BD não são donos do Partido, mas sim seus servidores, detentores temporários duma função) respeitá-los.

A Conferência Nacional no Bloco Democrático (BD) é um órgão de direcção e tem decisões soberanas que só não podem ir contra a Convenção, mas têm caracter superior ao órgão que supõe ser “Direcção”.

Sobre o caracter democrático dos órgãos do BD há efectivamente muitas diferenças com os restantes partidos, daí a confusão do Nelson. A consulta aqui é assim de caracter soberano. Portanto, nem o Executivo – o nosso Secretariado Nacional – nem a Comissão Política estão acima da Conferencia.

2. Um partido pode fazer alianças com um ou com mais do que um partido. Mas a indicação de voto em si não traduz qualquer aliança. Podemos até dar indicação de voto num partido só para combater outro partido. Não são conceitos assimiláveis, a que convir.

E, portanto, se numa conjuntura em que um conjunto de partidos têm, por hipótese, chance de vencer um outro partido, pondo-o em minoria, não é necessário que sejamos parte desses partidos para que esta realidade ocorra. Basta sermos uma corrente de opinião respeitada.

3. Querendo ser consistente com o primado da derrota do M a tactica “ampla e flexivel” adoptada pelo BD pode ser mais eficaz.

Naturalmente, não é do agrado de alguém que seja dum certo partido e gostaria de ver potenciado o voto no seu partido, achando que derrota o adversário principal sozinho (prudência ao entusiasmo!), mas acaba por ser o mais coerente com o ponto de vista da derrota do adversário comum, que é o conjunto dos partidos conseguirem uma maioria parlamentar.

Penso que a flexibilidade é mais compreensivel, no quadro do nosso sistema eleitoral duplo. Se, por hipotese, existisse uma aliança real da oposição e com capacidade de disciplina de voto, cada partido poderia recomendar o voto naquele partido que tivesse melhor chance de vencer em dado círculo eleitoral (limapava logo 5 deputados e o total são 90).

Isto, caros amigos, nem é de todo novo, pois em eleições autarquicas puras, em outros países, há partidos que se aliam a uns numa certa região e a outros em outras regiões visando as melhores hipóteses de isolar um terceiro. Nem por isto deixam de ter personalidade.

De resto não existindo uma aliança de facto com um partido politico e podendo haver num eleitorado que não é “carneiro” a propensão de simpatias por vários partidos, por aproximação programática e praxis de confiança, a tactica do Bloco Democrático visa assim capitalizar todos os votos da sua área, pois a indicação única poderia ainda mais estimular a abstenção de todos quanto não se revissem nos restantes partidos.

Para a oposição isto é melhor, para cada membro ou simpatizante, também é bom porque estará mais em conformidade com a sua consciência.

PARTE II






AMIGO ARÃO seu artigo é interessante na analise que faz sobre o M. Porém insuficiente na saída que dá - unidade da oposição.

A sua perspectiva critica do ego partidario é correcta, mas existem dtalhes que a meu ver não domina e, por consequência, não tomou em conta em sua rica e honesta preocupação.

1. oposição em Angola não é quem não seja do M. É preciso excluir os partidos satelites que são a maioria, porque não têm autonomia, não decidem com a sua cabeça e nos momentos chave claudicam.

Vendo numa perspectiva eleiral o que é decisivo é convencer com todas as nossas forças opovo a não votar nesses partidos, reduzindo a sua base eleitoral.

2. o nosso sistema eleitoral, sendo de uma volta para as presidenciais nao permite aferir quem tem mais popularidade. A mudança da constituição teve igualmente esta intenção impedir que a oposição se centralizasse numa candidatura.

TAMBÉM OS PARTIDOS perdem a sua condição de partidos parlamentres quando coligados isto desincentiva a unidade.

3. Mas ela é a unica forma de impedi o pior. SEMPRE QUE A OPOSIÇÃO SE UNIU, VIDÉ CASO SUZANA INGLES, os frutos foram positivos (note: separados, mas unidos nos objectivos)

4. Assim creio que o ARÃO poderá dar um grande contributo se conseguir analisar e sugerir tarefas e acções concretas que os partidos da oposição podem levar a cabo para em unidade impedirem a batota eleitoral, pois com essa da dispersão da oposiçao está claro que o M não tem os 50% com verdade eleitoral. A dispersão faz com que o M perca força pois terá que estar a lutar contra várias frentes ao mesmo tempo. Nem sempre a união no terreno faz a força, também a dispersão de forças faz a força. É uma questão de estratégia. As ilhas são pois estratégia que faz a dispersão de forças do M.

5. Entre algumas sugestões podem os partidos se articularem para o controlo eleitoral, ocupando todas as mesas e voto com o apoio de todo o povo.

6. Para o BD, tudo passa também por:

A. primeiro definir quem é oposição no contexto, no minimo, no sentido de alguma decência em termos de autonomia politica e de visão claramente democratica com prática interna.

Vemos agora que existem partidos que já dizem que o seu programa é o do MPLA, temos outros que nas horas de acção capitulam, outros estão fragmentados, outros existem mesmo só para serem satelites, outros existem só para dar má imagem à oposição.

Portanto o principal é a "oposição credível" - parte do trabalho de identificar a oposição credível cabe também ao eleitor. O nosso eleitor, a eleitora e o eleitor Angolano não podem ser passivos!

O Eleitor Angolano tem que estar interessado e tem que se fazer interessado pois o eleitor é ao fim ao cabo a razão de ser de todo o trabalho dos partidos políticos, cabe aos eleitores estarem atentos e fazerem todo o esforço para distinguirem quem é quem e o eleitor não se pode desculpar com as informações que lhe chegam ou que não chegam, o eleitor tem que ir buscar as suas informações. A busca da informação passa por um contacto o mais directo possível com os partidos, passa por uma análise dos vários órgãos de comunicação social Estatal e privada. O Eleitor tem a obrigação de ver onde é que são realmente falhas dos partidos e onde é que os partidos estão a ser dificultados na sua actuação. O eleitor não pode querer ficar 4 anos sem seguid diáriamente a vida política e a vida partidária nacional e querer no final dizer que não consegue indentificar a oposição credível. É necessário que os eleitores de Angola compreendam que só terão oposição credível se também a ajudarem a existir e se contribuirem para ela existir.

Identificada a oposição credível temos:


B. depois encontrar as bases de unidade desses partidos assim considerados
C. A base de unidade tem dois sustentaculos na hora actual:
a) luta pela verdade eleitoral, que inclui a coragem de não participar nas eleições se as mesmas manterem a sua pedalada fraudulenta.
b) unir-se na base de ideias minimas para transformação do país e não apenas em torno do poder em si (para não reproduzir o modelo vigente de poder pelo poder)