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DIVULGAÇÃO: APELO, TODOS COM A CECÍLIA, VÍTIMA DA POLÍCIA E DA ADMINISTRAÇÃO DE CALUQUEMBE HÁ MÊS E MEIO COM UMA BALA NO CORPO
A sociedade civil se mobiliza para ajudar a jovem heroína Cecília Câmia Francisco e jovem herói Paulo Alfredo Cabral, do movimento de resistência estudantes, professores, pais e encarregados de educação, contra valores extra em Caluquembe para o ensino:
No dia 31 de maio de 2016 às 20:10, Manuel Victória Pereira <manvip99@hotmail.com> escreveu:
APELO
CECÍLIA, VÍTIMA DA POLÍCIA E DA ADMINISTRAÇÃO DE CALUQUEMBE
HÁ MÊS E MEIO COM UMA BALA NO CORPO
Cecília Câmia Francisco, uma dos estudantes baleados na manifestação
estudantil ocorrida dia 11 de Abril em Caluquembe, na Huíla, permanece
com uma bala no corpo, mais propriamente na coxa, aguardando por
intervenção cirúrgica.
Isto
ocorreu durante um tiroteio que durou horas, em consequência das
medidas tomadas pelo Administrador Municipal, Aarão Tchissonde,
que decidiu, de um momento para o outro, acrescentar à cobrança já em
vigor de 4.500 kwanzas anuais, a título de comparticipação por cada
aluno do 2º ciclo do Ensino Secundário, o valor de 3.000 Akz mensais.
Esta forma de extorsão provocou uma onda de indignação
entre os estudantes e encarregados de educação.
Morando
no Bairro Sandula com as irmãs e o cunhado, a jovem, que completou no
dia 5 o corrente 21 anos, não tem ido às aulas e perdeu
as provas na Escola de Formação de professores, “Dr. Abel Pedro”,
estabelecimento que frequenta. Diz não ter cabeça para estudar em casa e
estar a sofrer com dores e pesadelos.
Do
outro lado da estrada que separa o Bº Sandula do Bº Etonga, reside, com
seus pais, Paulo Alfredo Cabral, estudante de 17 anos. Ele
também foi alvejado por um tiro a curta distância, perfurando a coxa
direita, disparado com uma Makarof, pelo agente já reconhecido como
Muvunga Muiongo Moisés, já detido. Paulo Alfredo, filho do líder local
do partido de oposição CASA- CE, pode ser, pela
frieza com que o polícia se aproximou, empunhou e disparou, um alvo
selectivo.
A
reacção às propinas ilegais juntou os estudantes da Escola de formação
de Professores ao Instituto Politécnico e as Escolas de Formação
Geral e da Saúde. A defesa da medida impopular do Administrador Aarão
não só foi defendida à bala. Ao ver resistência na Direcção da E.F. P.
“Dr. Abel Pedro”, cujo Director, Mestre Bento Augusto Kahanga, pedia um
documento que atestasse a legalidade das propinas.
Enquanto
anunciava que Bento Augusto jamais pisaria aquela escola, “nem mesmo
coberto de ouro” o administrador afastou, com ele, Reinalda
Tchimbali e Indira Lopes, as duas subdirectoras.
Um
ambiente pesado, de violência policial, especialmente contra a mulher, a
juventude e os intelectuais, vigora em Caluquembe. Como
recente comprovativo, há ainda o caso de Tomás Hungulo, professor no
Chipindo, baleado no dia 18 do corrente por um polícia, quando chegava a
Caluquembe, ficando ferido num braço e no tronco.
Apesar
do silêncio quase total da imprensa e entidades públicas, a s vítimas
precisam do nosso apoio. Fingir que tudo vai bem é hipocrisia.
Para
já, podemos ajudar a família de Cecília, depositando a nossa ajuda numa
dependência do BIC na conta Nº 86035513, de sua irmã Lídia
Catarina Paulo Munenguela. IBAN Nº AO06 0051 0000 8603 5513 1012 6
Para apoiar a família de Paulo Alfredo, na conta de José Firmino Cavala (pai), Nº 11-1850284- BIC.
Lembramos
que mesmo nos hospitais do Estado cobram valores incalculáveis por uma
cama disponível, uma chapa de raio-X, cada tratamento,
cada utensílio, intervenção, sangue, etc.
A Cecília será operada, em princípio, no Hospital Central do Lubango. Pouco falta para fazer dois meses com a bala no corpo.