Vídeo da manifestação de hoje 3 de Maio em Luanda.
Vídeo da manifestação de hoje 3 de Maio em Luanda.
COMUNICADO: BLOCO DEMOCRÁTICO CONTRA A REPRESSÃO DA MANIFESTAÇÃO DE HOJE EM QUE OS JOVENS ORGANIZADORES ESTIVERAM PRESOS, LARES SITIADOS E PRESENÇA DE FORTE APARATO POLICIAL E MILITAR EM LUANDA
O Bloco Democrático (BD) vem apresentar o seu mais intenso repúdio à repressão sobre a manifestação legal e as prisões dos jovens heróis.
Os nomes dos corajosos jovens são: Manuel Chivongue “Nito Alves”, RaúlLindo Mandela, Emiliano Catombela, David Salei, Domingos Sebastião, Arante Kivuvu, Coronel Fuba e "Baixinho”. São sete que corajosamente saíram à rua pela liberdade de informação em Angola.
O BD exige o levantamento do aparato policial e militar e o respeito pelas manifestações. O Bloco Democrático exige que em Angola se possam fazer manifestações! Houve um aparato tremendo com helicópteros circundando a área, muita polícia, revistas a todas as pessoas com mochilas, presença de militares da guarda presidencial.
Esteve instalado um clima de terror, no 1º de Maio e seus arredores. Militares e PIR's (polícia de intervenção rápida) revistaram todos os transeuntes, para além de terem infestado toda aquela zona. O medo e o terror é evidente nas pessoas.
Ao longo do dia, e após conhecimento da prisão dos 7 jovens heróis, a sociedade civil, activistas e vários membros do BD, incluindo o seu Secretário Geral (Filomeno Vieira Lopes) e o líder da Juventude Bloquista (Américo Vaz) andaram por toda a Luanda, de esquadra em esquadra à procura dos jovens para que fossem libertados. Esta rede de solidariedade, este aflita em busca dos 7. Os jovens tinham sido afinal despejados pela polícia em Calumbo (mais de 50 km do Largo 1º de Maio) onde foram depois descobertos e socorridos pela rede de solidariedade. O jornalista e activista de direitos humanos Coque Mukuta foi então busca-los a Calumbo. Filomeno Vieira Lopes conseguiu falar com o jovem Nito Alves por telefone.
O BD recorda que todo este clima de violência e terror contra os jovens manifestantes acontece sob o olhar silencioso dos trabalhos da 55ª Comissão Africana de Direitos Humanos com governos e sociedade civil que deveriam ser convocados a irem hoje largo Primeiro de Maio para presenciarem em primeira mão o que estava a acontecer e, o que são os Direitos Humanos na prática em Angola. Já não é mais possível ignorar, não existem direitos humanos em Angola!
A tática clara do regime de MPLA JES é agora fazerem uso de prisões antecipadas de organizadores e pressões antecipadas sobre apoiantes e participantes. Fica também comprovada a tática de identificar as casas dos organizadores e tratar de as cercar com força policial antes e durante as manifestações. Quando a SOS Habitat tentou uma manifestação de desalojados, um dos seus coordenadores foi detido antes.
Tudo táticas que o BD havia referido na sua comunicação. Chegou portanto a hora de os activistas, a sociedade civil e os partidos politicos alterarem as suas táticas também por forma a pacificamente se mobilizar toda a população para as manifestações pacíficas.
A casa dos pais de Nito Alves (o seu pai é um ex militar das FAPLA), em Viana, onde este vive, esteve cercada de policias, visando impedir a sua saída para a manifestação.
E qual foi afinal a razão desta manifestação? Recordamos a pacífica intenção dos jovens manifestantes:
- A transmissão em directo dos debates da Assembleia Nacional na comunicação social
- A divulgação das violações dos direitos humanos em Angola na comunicação social
E assim foi o dia internacional da liberdade de imprensa em Angola… até quando? Está na hora de mudar!
LIBERDADE, MODERNIDADE E CIDADANIA
BLOCO DEMOCRÁTICO EM LUANDA AOS 3 DE MAIO DE 2014.