DR MARCOS MAVUNGO - COMUNICADO DO GAPPA SOBRE O SEU DRAMA





GRUPO DE APOIO AOS PRESOS POLITICOS ANGOLANOS

GAPPA

COMUNICADO


O GAPPA foi informado que o Dr. Marcos Mavungo, católico, economista e

filósofo, filho de Cabinda, trabalhador da CHEVRON, será julgado dia 25 de

Marco Mavungo foi preso no dia 14 de Março na sequência de uma

informação sobre uma Manifestação naquele dia contra a má governação

em Cabinda e violação dos Direitos Humanos naquela Província, que as

autoridades usando da prerrogativa não conferida constitucionalmente de

"abuso do poder" ou também conhecida por "ordens superiores" aludiram

informalmente que a mesma seria "não autorizada".

Marcos Mavungo foi preso quando saía da igreja, sem mandato de

captura, e debaixo de um forte aparato policial e militar. Desde então tem

permanecido em condições difíceis na Cadeia Civil de Cabinda sujeito a

maus tratos, doente, impedido muitas vezes de se alimentar

convenientemente, nem tomar medicamentos de forma adequada,

privado de conversar com sua esposa e de ser assistido por sua médica

pessoal. Uma delegação dos membros do GAPPA e de activistas pelos

Direitos Humanos visitou Marcos, havendo instado as autoridades para

melhorarem as condições de prisão de Marcos Mavungo,

antecipadamente condenado pelas precária situação prisional e tão

elevado tempo de encarceramento. Os danos à sua família, bem como à

sua situação profissional são deveras graves, reprováveis e humanamente

condenáveis.

O GAPPA está convicto de que o julgamento de Marcos Mavungo

corresponde a uma trama indisfarçável, porquanto é destituída de sentido

a acusação de Rebelião e os factos inventados, nomeadamente, a

existência de um saco com detonadores e mesmo panfletos apelando a

resistência contra as autoridades são de autoria de quem apenas os

respectivos acusadores sabem. Tais provas que surgem, agora, como

registados na véspera da pretendida manifestação de 14 de Março foram

invocados muito depois da sua prisão e quando não havia nenhum crime

que permitisse a prisão de Marcos Mavungo. Na ocasião O Sub-

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GAPPA

Procurador da República, instado pelos advogados, foi claro em afirmar

que não havia crime e que Marcos Mavungo seria preso dada a agitada

situação política de Cabinda.

Para o GAPPA bem como para a Amnistia Internacional Marcos Mavungo é

um preso político - um preso de consciência - sendo vítima da intolerância

do Governo de Angola que reage com violência à crítica pública por parte

da sociedade civil.

O GAPPA mantém a sua denúncia sobre

 A irregularidade que foi a sua prisão, sem mandato de captura

 A violência que envolveu a sua detenção

 As condições degradantes na prisão

 O tempo - Demonstrativo de pena antecipada e irregularidade

processual - que demorou o Ministério Público a formular a

acusação (apenas a 27 de Maio, 43 dias depois da prisão); o tempo

de entrega da Acusação aos advogados, a 22/06, 25 dias depois de

ser formulada; bem como o tempo da marcação do Julgamento, 133

dias após a prisão, sem que se acrescente mais alguma prova às que

foram aludidas de um dia antes da prisão).

 A não observância da Lei sobre prisão preventiva

 O vício institucional de prender para investigar e acusar sem

fundamento, privando à liberdade chefes de família e cidadãos

exemplares.

Tendo todos os órgãos do Estado, a quem personalidades e cidadãos do

país e do estrangeiro, recusado o pedido para a reapreciação da prisão e

que libertasse de forma imediata e incondicional Marcos Mavungo, o

GAPPA espera que o julgamento se traduza numa importante luta pela

justiça, pela afirmação dos direitos dos cidadãos e para impedir a

continuidade da arbitrariedade por parte de entes públicos que, insistem

na violência, na violação dos direitos dos cidadãos e em lançar famílias na

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O GAPPA congratula-se com o forte movimento de solidariedade a Marcos

Mavungo concitando-o a manter-se activo, durante e após o julgamento

para que Angola seja capaz de prosseguir com o projecto democrático.

Luanda, 19 de Agosto de 2015

O GAPPA