COMUNICADO DA COMISSÂO POLÍTICA DO BD


COMUNICADO

A Comissão Politica do Bloco Democrático - BD - reuniu neste final de semana para

apreciar a situação política, económica e social nacional e a situação organizativa do

Partido, bem como a estratégia a seguir até 2017.


No que tange a situação política, económica e social do país, a Comissão Politica

constatou que a mesma está dominada pelas medidas governamentais visando debelar a

crise económico-financeira resultante da queda do preço do barril de petróleo no

mercado internacional, numa conjuntura em que o Executivo se vê confrontado com

enormes casos de corrupção, de dinheiros mal parados e na travagem no crescimento

económico.


A Comissão Política do Bloco Democrático constata que a actual crise das finanças

públicas provocada pela queda das receitas petrolíferas, conjugada com uma previsão

errada de 81 usd na determinação orçamental do preço do crude, obrigaram a uma

revisão prematura do Orçamento Geral do Estado do presente ano.


A Comissão Politica anota com apreensão que as medidas de combate à crise das

finanças públicas saldar-se-ão no agravamento das condições de vida dos pobres e dos

trabalhadores. Na realidade, há profundos cortes na Educação, na Saúde e na Função

Pública; serão agravados os impostos sobre os rendimentos dos trabalhadores e sobre a

movimentação de fundos externos das empresas e particulares; a inflação e o

desemprego irão aumentar indiciando uma crise de estagflação.


A Comissão Política constatou ainda que, em consequência da crise, o poder optou,

internamente, pela aplicação de rigorosas medidas de austeridade, e por financiar,

preferencialmente, os investimentos com recurso à dívida externa. Garante, assim, um

modelo de combate à quebra das finanças públicas que redundará no aumento da

desgraça dos angolanos, não só no curto mas, igualmente, no médio e longo prazos.

Ademais, perante o esvaziamento dos cofres públicos, o Governo não dá mostras de

querer, efectivamente, racionalizar os custos e processos, combatendo os desperdícios e

limitando os luxos dos seus privilegiados. Com isso, irá apenas reforçar os evidentes e

repugnantes mecanismos de “acumulação primitiva do capital”, tão do seu agrado.

Um verdadeiro combate à crise em Angola teria que começar por reduzir, de imediato,

os elevados custos com o aparelho de estado, onde se acumulam cargos perfeitamente

dispensáveis e se realizam despesas criadas apenas com o objectivo de aumentar e

satisfazer o crónico clientelismo.



A pretexto da quebra das finanças públicas, é já notória a intenção de se protelar a

realização das Eleições Autárquicas, o mesmo podendo vir a acontecer com as Eleições

Gerais. Oportunamente, o Bloco Democrático denunciará tais manobras que se afiguram

como mais um expediente para se materializar uma sucessão presidencial, ao gosto do

actual detentor do Poder Executivo.


Nesse sentido, o BD apela à Assembleia Nacional para que tenha coragem de fazer os

ajustes constitucionais necessários à materialização de um verdadeiro estado

democrático e republicano.


Para o Bloco Democrático, a administração eleitoral deve ser da competência da CNE

(Comissão Nacional Eleitoral), contando com o dever legal de colaboração do

Executivo. A Lei do Registo Eleitoral deve ser simples e o Ficheiro tem que ser,

atempadamente, saneado das inúmeras regularidades que contém. Nesse sentido, o

Bloco Democrático adverte da imperatividade de os próximos actos eleitorais não serem

fraudulentos, sob pena de se mergulhar o país numa crise política e social de

consequências imprevisíveis.


É tempo, de uma vez por todas, de se parar os actos de intolerância política que têm

manchado profundamente a imagem da política nacional, incrementando o medo no

conjunto do eleitorado, e muito particularmente nas regiões das Lundas e Cabinda. O

Bloco Democrático deplora os confrontos havidos, recentemente, em algumas

localidades das comunidades Lundas, com o envolvimento da Polícia, assim como as

perseguições religiosas em Cabinda.


O Bloco Democrático tem conhecimento oficioso de se terem realizado concertações de

entidades africanas ligadas a Serviços de Segurança, visando a liquidação de lideranças

opositoras em períodos eleitorais. Exigimos um posicionamento oficial das nossas

autoridades sobre esta questão.


O Bloco Democrático exige ainda que o julgamento do assassínio de Cassule e

Camulinde chegue aos seus mentores e executores.

O BD reafirma a sua opção pela Mudança, objectivo no qual espera ver seriamente

engajada a Sociedade Civil e os Partidos Políticos na Oposição.

Liberdade, Modernidade e Cidadania

COMISSÃO POLÍTICA DO BD, EM LUANDA, 28 DE FEVEREIRO  DE 2015

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