BLOCO DEMOCRÁTICO DIZ QUE A CONCENTRAÇÃO DE CAPITAL EXPLICA A POBREZA EM ANGOLA


Carlos Lopes, Secretário Nacional Para as Relações Internacionais do Bloco Democrático em entrevista à Agência LUSA não deixou dúvidas que a Pobreza em Angola deve-se à concentração de dinheiro nos círculos de poder em Luanda, abordada no livro "Os donos angolanos de Portugal".




Leia na íntegra a matéria da Agência LUSA onde Carlos Lopes foi entrevistado:

Bloco Democrático diz que a concentração de capital explica “pobreza em Angola"

A concentração de capital nos círculos de poder em Luanda, abordada no livro “Os donos angolanos de Portugal”, hoje apresentado em Lisboa, explica “a pobreza em Angola”, considera um dirigente do partido Bloco Democrático.

Em declarações à Lusa, à margem da apresentação do livro “Os donos de Portugal”, Carlos Lopes disse que, se “os milhões de dólares” de investimento angolano em Portugal fossem investidos em Angola, seria possível “combater a pobreza que existe” no país.

“Esperemos que (…) os lucros, a haver lucros, sejam (…) investidos em Angola e não reinvestidos em Portugal”, sustentou o dirigente do Bloco Democrático, partido sem representação parlamentar em Luanda e que tem “boas relações” com o Bloco de Esquerda português, ao qual pertencem os três autores do livro “Os donos angolanos de Portugal”: Francisco Louçã, João Teixeira Lopes e Jorge Costa.

“As relações económicas andam de braço dado com as relações políticas, isso é inevitável em qualquer parte do mundo”, admitiu, sublinhando a importância de não haver “nenhum tabu” em tratar o tema e agradecendo aos autores “a coragem”.

Carlos Lopes está convencido de que o “mal estar” entre portugueses e angolanos “está ultrapassado” e que 2014 vai “clarificar” as relações entre os dois países.

O dirigente do Bloco Democrático reconheceu que causaram “algum mal-estar" as declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, sobre processos judiciais que envolviam dirigentes angolanos, e o subsequente anúncio da suspensão da parceria estratégia entre Lisboa e Luanda, feito pelo próprio Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
Porém, acredita, isso “não afetou (…) grandemente as relações económicas entre os dois povos”.

Perante uma plateia de portugueses, entre os quais vários dirigentes do Bloco, nomeadamente os dois atuais coordenadores, Catarina Martins e João Semedo, e de angolanos, o jornalista Nicolau Santos apresentou a obra e falou da “permissividade do sistema financeiro português”.

Com a crise, a elite nacional, sobretudo financeira e empresarial, “passou a estar de joelhos perante o capital angolano”, disse, realçando que hoje “é difícil encontrar” uma empresa portuguesa que não tenha negócios ou parcerias em Angola.

Nicolau Santos disse ainda que “os investimentos muito importantes” que Luanda está a fazer no setor da comunicação social em Portugal “pretendem amaciar a imagem” de Angola e “evitar notícias desagradáveis” ao poder em Luanda.

Sem esconder o “empenhamento” ideológico da obra, o sociólogo João Teixeira Lopes colocou a tónica no “debate público”, que os autores pretendem que seja feito “sem interditos, sem tabus, sem constrangimentos”.
Abordar o tema da “presença estratégica” de Angola em Portugal é “o mais importante debate democrático sobre o que é Portugal” hoje, justificou o economista Francisco Louçã.

Quando escreviam uma obra sobre a burguesia portuguesa que deverá ser publicada no verão, os autores consideraram que a ligação com Angola valia um livro separado.

Para além de "único", o assunto “é muito ameaçador”, considerou Francisco Louçã, em entrevista à Lusa antes da apresentação do livro, sublinhando que a economia portuguesa tem, em relação a Angola, “uma dependência estratégica”.

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