1. Desde o início do processo eleitoral, ficou claro que ele estava inquinado e que ele nunca deixou de estar sob o controlo do Presidente da República, com clara vantagem para o seu partido e candidatos deste.
2. Apesar das dificuldades e obstáculos criados que levaram a marginalização do BD – com o falso pretexto da falta de subscritores – este partido não desapareceu do espaço político e continuou activo, tendo, por exemplo, realizado uma Conferência Nacional que orientou os seus militantes e dirigentes a um envolvimento activo no processo eleitoral, tendo, inclusive, orientado o voto do BD a favor dos partidos por nós tidos por “oposição credível” (UNITA, PRS e CASA-CE), um termo recorrido para os distinguir dos que nós consideramos “oposição de fachada”, face à sua sujeição e demasiada colagem ao partido no poder.
3. Assim, a direcção do BD felicita os seus militantes, simpatizantes e amigos pela sua participação activa nas eleições, contribuindo desse modo para o “score” eleitoral obtido pelos partidos por nós apoiados, apesar dos seus resultados, pelo carácter fraudulento das mesmas, não espelharem a sua real aceitação junto do eleitorado, nem a grandeza do trabalho realizado.
4. As nossas felicitações são extensivas às organizações de sociedade civil que se envolveram na defesa da transparência do processo eleitoral e no movimento pela verdade eleitoral.
5. Como era de esperar, o Bloco Democrático constata, mais uma vez, que os angolanos demonstraram um alto sentido cívico e muita ponderação, face ao ambiente de temor que o regime procurou criar com o aceno permanente ao fantasma da ressurgência da guerra.
6. Não obstante a decisão das instituições tomadas pelas instâncias judiciais concernentes, o Bloco Democrático mantém, ainda assim, firmeza na convicção de que os resultados destas eleições não foram os mais justos, pois são também um fruto de uma torpe maquinação por parte do regime autoritário que nos sufoca há dezenas de anos.
7. Perante este quadro, e para o resgate da liberdade e da soberania do povo, não restará às forças políticas democráticas do nosso país outra alternativa que não seja a conjugação de diversas formas de luta, no plano institucional, no plano reivindicativo, também por via de uma acção política de contestação pública.
Bloco Democrático em Luanda, aos 20 de Setembro de 2012.
Liberdade, Modernidade e Cidadania.
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